domingo, 19 de agosto de 2012

A lenda do surgimento dos bichos

Há muito tempo, quando só existiam pessoas no mundo, a tribo dos maués planejou uma festa. O índio Hêté-nacop foi escolhido para receber os convidados. Chamada para a festança, sua noiva recusou o convite, dizendo que estava doente. Mas, na verdade, ela planejava chegar à festa antes do noivo para namorar outros homens. E assim fez.
No meio do caminho, alguém contou para o noivo que a moça já estava na festa e não parava de flertar com os outros índios. Hêté-nacop não quis acreditar. Transformou-se num pássaro veloz e chegou rapidamente ao local da festa. Lá, viu a noiva dançando alegremente com outro índio. Furioso, ele pediu à chuva, ao trovão e ao raio que mandassem uma tempestade. E começou a bater em todo mundo. Além de dar uma surra em sua noiva, puxou-lhe o nariz. Eis que a índia se transformou num tamanduá-bandeira. O parceiro de dança, que também teve o nariz puxado, virou uma anta de nariz comprido. Teve índio que virou morcego e saiu voando. Outros viraram periquitos, cobras, lagartos, jacarés.
Os outros convidados da festa, coitados, também não escaparam do ataque de ciúmes de Hêté-nacop. Ganharam patas ou asas, transformando-se em onças, urubus, macacos, capivaras, sapos, borboletas, tartarugas, grilos... E, segundo a lenda, foi assim que nasceram os animais.

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